segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Ameaças forçam renuncia da diretora que cumpria a lei



São José de Mipibu (RN) - A diretora Maria dos Prazeres Silva, da Escola Estadual Professor Francisco Barbosa, anunciou, na manhã desta segunda-feira (24), sua renúncia ao cargo.

A renúncia foi motivada pelas ameaças que vem sofrendo em decorrência da aplicação da lei federal que proíbe o uso de celulares em sala de aula. A medida, que visa garantir o foco dos alunos nas atividades pedagógicas, tem sido adotada em escolas públicas e privadas de todo o país. Entretanto, na E.E. Francisco Barbosa, a postura firme de Prazeres em fazer valer a regra desencadeou uma onda de intimidações, que culminaram no seu afastamento.

Na última sexta-feira, a diretora já havia buscado proteção junto às autoridades, registrando um boletim de ocorrência na delegacia de polícia local. Agora, após formalizar sua renúncia, ela planeja solicitar medida protetiva, visando resguardar sua integridade física e emocional.

A carta de renúncia também foi entregue à 2ª Diretoria Regional de Ensino (Direc), órgão da SEEC/RN a qual a escola está vinculada. Apesar dos apelos dos colegas de trabalho para que permanecesse no cargo, Prazeres manteve sua decisão, afirmando que, embora tenha a convicção de estar cumprindo seu dever em obediência à lei, o clima de hostilidade tornou insustentável sua permanência na função.

Em seu lugar, assume a vice-diretora Cristina Sena, que herdará a responsabilidade de conduzir a gestão da escola em um momento delicado. A comunidade escolar agora se vê diante do desafio de superar as tensões e garantir que o ambiente de ensino e aprendizagem seja preservado, sem prejuízos ao desenvolvimento dos alunos.

O caso reacende o debate sobre a segurança dos profissionais da educação e os desafios enfrentados por aqueles que buscam implementar políticas públicas essenciais para a qualidade do ensino. Enquanto Maria dos Prazeres se afasta com a certeza de ter agido em prol da educação, a sociedade é convidada a refletir sobre os limites e os riscos enfrentados por aqueles que dedicam suas vidas à formação das futuras gerações.

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