quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Feliz 2021 !!!


 Voos novos

O ano não termina porque o tempo corre.

O próximo ano não será próspero porque nos aglomeramos em festas de boas-vindas
.
O ano só acaba quando fazemos um balanço sincero do que desejamos e realizamos.

O ano para quando contamos as perdas e as choramos.

O ano cessa quando recordamos as vitórias e respeitosamente as celebramos com gratidão, talvez silenciosamente.

Sem esta revisão, um ano se sobrepõe ao outro, como uma divida que cresce com juros sobre juros.

Se empurramos um ano sobre o outro, acumulamos fracassos.

Quando um ano muda, temos a oportunidade de continuar conscientemente ou recomeçar corajosamente a nossa caminhada.

Um ano vencido está perdido se continuamos dizendo “sim” para o erro, se permanecemos tangidos pelas circunstâncias, se avançamos para a frente sem saber para onde, se deixamos o Deus Eterno de lado.

Somos vencedores no ano em que fazemos as renúncias necessárias, retomamos as rédeas perdidas e enterramos o que precisa ser sepultado, seja a ambição desmedida ou ausente, o cansaço inútil ou a falta de esforço ou o vício vivido como virtude.

Achar que a nossa vida muda porque arrancamos uma página do calendário ou o trocamos na tela do celular é apenas diversão amarga ou barata superstição.

O novo ano começa quando as nossas asas se firmam para novos voos.


(Israel Belo de Azevedo)

Feliz Ano Novo !!!

 


A CNTE deseja um 2021 cheio de esperança


2020 foi um ano difícil. Mas nas dificuldades encontramos união, força e resistência. Estivemos vigilantes, mobilizados e prontos para a luta. Vencemos importantes batalhas e saímos certos de que o caminho para buscar dias melhores é seguir contando com todos aqueles que acreditam em um futuro melhor para a nossa educação.

De todas as lições aprendidas neste ano desafiador, uma certeza fica: saímos fortalecidos para o futuro e ainda mais dispostos a lutar por tudo o que acreditamos e defendemos.

Que venha 2021, que venham novos sonhos, novos objetivos e que tenhamos a coragem e a braveza para conquistar mais vitórias para a educação.

A CNTE deseja boas festas!

CNTE cobra do MEC e Ministério Público reajuste do Piso salarial

 

A Confederação Nacional dos trabalhadores em educação (CNTE) enviou, nesta terça-feira (29), ofício ao Ministério da Educação pedindo esclarecimentos sobre a Portaria Interministerial nº 3, de 25.11.2020, que rebaixou o Custo Aluno per capita do FUNDEB em 2020, zerando o reajuste do Piso salarial nacional dos professores previsto para 2021.

Com a publicação da referida portaria, o piso salarial do magistério, que tinha atualização prevista de 5,9% para 2021, agora terá reajuste zero no próximo ano. Caso a normativa não seja revogada, será a primeira vez na história do Fundeb que os docentes da educação básica pública ficarão sem acréscimos em seus vencimentos.

Além disso, em um contexto grave de pandemia, o governo impõe severa restrição orçamentária aos entes federativos, impactando na reabertura de escolas e nos compromissos salariais dos professores e servidores públicos. Isso porque a portaria prevê que todos os municípios que recebem complementação estadual do Fundeb e os entes públicos (estados e municípios) que recebem complementação federal terão que devolver parte dos recursos recebidos desde janeiro de 2020.

Na contramão da Portaria, estudos a partir dos dados oficiais de receitas do FUNDEB (veja abaixo), publicados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) – revelam crescimento da receita do FUNDEB entre novembro de 2019 e o mesmo mês de 2020 (data de publicação da Portaria Interministerial nº 3, de 2020), na ordem de 1,01% (já descontados os ajustes na complementação da União nos dois anos). Ao projetar a receita consolidada de dezembro de 2019 para o mesmo mês de 2020 (ainda pendente de informações pela STN), e considerando que as matrículas presenciais na educação básica pública reduziram 677.028, constata-se, facilmente, uma previsão de acréscimo do Custo Aluno 2020 em relação ao valor publicado na Portaria nº 4, de 27.12.2020, de 2,54%.

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, alerta que a redução no Custo Aluno do FUNDEB, sem a devida comprovação pelo gestor federal, enseja crime de responsabilidade previsto no art. 6º, § 3º da Lei 11.494, além de configurar “pedalada fiscal” e apropriação indébita.

Pela urgência e seriedade da questão, a CNTE acionou também o Ministério Público Federal para conhecimento e apuração dos fatos acima.

A CNTE se compromete a continuar na luta e tomar todas as medidas cabíveis, inclusive judiciais, para defender os interesses da educação pública e de seus profissionais.






Processos da Ação do SINTE/RN sobre os atrasados de Robinson já estão prontos para serem pagos

 

A Assessoria Jurídica do SINTE/RN informa aos trabalhadores e trabalhadores em Educação da Rede Estadual de Ensino, ativos/as e aposentados/as, que o Sindicato já protocolou 3.814 mil processos de execução para que o Governo do RN pague os salários atrasados oriundos da gestão Robinson Faria (dezembro e 13º de 2018), bem como a correção monetária de todas as folhas salariais que foram pagas com atraso.

Enquanto ocorre a tramitação judicial para o pagamento dos créditos, o SINTE segue recebendo os documentos de servidores da Educação que desejam ingressar na ação coletiva, independentemente de serem associados/as ou não a entidade.

Todo o processo para integrar à ação junto ao Sindicato ocorre de forma virtual, através do link: http://sintern.org.br/acao-dos-atrasados-do-governo-robinson-faria/

A documentação exigida para os servidores/as é a seguinte:

  • Procuração preenchida e assinada;
  • Cópia do RG;
  • Cópia do CPF (se o número não constar no RG);
  • Contracheque mais recente do Banco do Brasil; e
  • Comprovante de residência.

Economia com a pandemia permite ao SINTE/RN avançar na construção da área de lazer dos filiados

 

Um sonho antigo dos filiados ao SINTE/RN ganhou impulso durante a pandemia:  a construção da área de lazer, em Macaíba.  O parque aquático já está construído.  Contará com uma piscina semiolímpica, uma piscina adulto recreativa, uma infantil e uma prainha. Doze churrasqueiras, a fundação para o salão de festas, cozinha, banheiros e 100% da drenagem de águas de chuva também foram concluídos.

A diretora de administração e finanças do Sindicato, professora Luzinete Leite, explica que também foi finalizada a construção de dois poços tubulares para abastecer o complexo e um castelo d’água com capacidade para 150 metros cúbicos.  “Trata-se de um reservatório de água elevado, constituído de uma torre com uma grande caixa d’água na parte superior, que vai permitir a alimentação do sistema de abastecimento d’água, sob pressão”, explica.

Na próxima etapa serão priorizadas construções que possam permitir a antecipação do uso da área recreativa pela categoria.  Serão finalizadas a parte da obra ligada a área de banho como os banheiros, a casa de bombas e as bordas das piscinas. Também serão finalizadas as quadras de areia e poliesportiva e o coreto. “Estamos fazendo todo o esforço para ver se conseguimos antecipar o uso da área recreativa já em 2021”, afirmou Luzinete. 

A redução de custos com a pandemia ajudou no avanço da construção.  “Conseguimos um impulso financeiro. Esse é um projeto gigantesco e para realiza-lo em tempos normais, temos que driblar, com criatividade, uma demanda enorme, gerada pela necessidade de manter a luta em defesa de 33 mil filiados,” ressalta Luzinete.

Ela explica que, como o SINTE/RN foi o Sindicato que mais atuou no período de pandemia, a maioria das despesas se manteve, mas houve uma redução que permitiu um aporte maior de recursos na construção.  “Não foi vultoso, mas foi a primeira vez que tivemos um recurso extra.   Ao contrário de outros sindicatos, o SINTE/RN não aceita a cobrança do imposto sindical e nossos associados também pagam menos do que os filiados a sindicatos como o Sinsenat, por exemplo”, explica.

A diretora defende que essa é a melhor forma de usar as economias do Sindicato por que atende a todos os sócios do Sindicato.  “A área de Lazer é uma obra inclusiva e abrangente.  Ela beneficiará os filiados de todos os segmentos que compõem os Trabalhadores em Educação, bem como seus familiares”.

Luzinete reforça que a direção continua com o rigor que sempre teve na administração das finanças do Sindicato e que haverá prestação de contas detalhada.  “Em obediência ao Estatuto do Sindicato, os investimentos feitos na área de lazer estão sendo contabilizados e serão submetidos à análise e aprovação da categoria na assembleia de prestação de contas”, concluiu.

Confira abaixo imagens da construção da área de lazer dos filiados ao SINTE/RN:










Rede Estadual: divulgado calendário de pagamentos de 2021

O calendário integral de pagamento da Rede Estadual para o ano de 2021 foi anunciado pelo Governo do RN nessa terça-feira, 29 de dezembro. O calendário segue o modelo já adotado em 2020, com o pagamento ocorrendo em duas datas ao longo de cada mês.

Na 1ª quinzena, recebem o valor integral dos salários aqueles servidores que ganham até R$4 mil e os profissionais da Segurança Pública. Por sua vez, quem ganha acima de R$4 mil recebe o adiantamento de 30%. Na 2ª quinzena são depositados os 70% restantes para quem ganha acima de R$4 mil e os servidores de órgãos com arrecadação própria, como é o caso da Educação, recebem o salário integral.

Confira as datas de pagamento:

Janeiro: 15/01 e 30/01
Fevereiro: 13/02 e 27/02
Março: 15/03 e 31/03
Abril: 15/94 e 30/04
Maio: 15/05 e 31/05
Junho: 13/06 e 30/06
Julho: 15/07 e 31/07
Agosto: 14/08 e 31/08
Setembro: 15/09 e 30/09
Outubro: 15/10 e 30/10
Novembro: 13/11 e 30/11
Dezembro: 15/12 e 31/12

Para a coordenadora geral do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso, a divulgação do calendário 2021 era esperado pela categoria e traz uma maior tranquilidade para os trabalhadores e trabalhadores em educação, que podem planejar melhor seu ano. Fátima, entretanto, observa que nesse calendário não consta a data de pagamento do 13º e afirma que o Sindicato vai cobrar esse retorno do Governo.

Reivindicação constante do SINTE/RN, Governo do Estado anuncia convocação de 1.336 professores

 


Nesta quarta-feira (30) o Governo do RN anunciou a convocação de 1.336 professores para compor o quadro da Rede Estadual. A convocação no penúltimo dia do ano foi comemorada pelo SINTE/RN, pois se trata de uma reivindicação constante da entidade em todas as audiências com a Secretaria Estadual de Educação (SEEC).

De acordo com o Executivo Estadual, estão sendo chamados 500 profissionais efetivos para integrar as áreas de linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza, mais 93 especialistas em educação efetivos, os chamados suportes pedagógicos. Também estão sendo convocados 743 professores para ocupar vagas temporárias: “Faz muito tempo que a convocação de suportes não acontecia. Foi reivindicação nossa a partir da aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa para que houvessem vagas e a convocação deles fosse possível”, afirma Bruno Vital, professor e diretor de comunicação do SINTE/RN.

A expectativa do Sindicato é que esse reforço para a Rede garanta uma melhor qualidade na ensino-aprendizagem, sobretudo quando do retorno das aulas presenciais. Porém, a entidade lembra que no início de dezembro a categoria aprovou retomar as atividades nas escolas tão somente após a vacinação em massa contra a Covid-19.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Presidente sanciona sem vetos lei que regulamenta Fundeb

 


O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta sexta-feira (25), sem vetos, a Lei nº 14.113 que regulamenta o novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Com isso, o governo manteve o texto aprovado pelo Congresso, que passa a valer a partir de janeiro de 2021.

Essa vitória é da sociedade brasileira, é de todas/os trabalhadoras/es da educação, é das/os estudantes. A mobilização foi intensa e a luta diária para garantir que os recursos públicos fossem voltados majoritariamente para a educação pública.

Na segunda-feira (21), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em conjunto com entidades parceiras e defensores da educação pública, promoveu tuitaço cobrando a imediata sanção do projeto do jeito que foi aprovado pelo Congresso.

A sanção presidencial do Projeto de Lei de regulamentação do novo Fundeb vai garantir em 2021, os investimentos na infraestrutura das escolas públicas, principalmente em tempos de pandemia.

Relembre

Em agosto de 2020, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 108, tornando o Fundeb permanente e ampliando o investimento da União na educação básica do país.

No dia 10 de dezembro, a Câmara desconfigurou o texto do PL, sob a orientação do Governo Bolsonaro, prevendo o desvio para a iniciativa privada de quase a totalidade das novas verbas conquistadas para a educação básica pública por meio da EC 108.

A ganância privatista do Executivo Federal e de parte significativa da Câmara dos Deputados quase conseguiu abocanhar cerca de R$ 16 bilhões de dinheiro público para as escolas privadas – situação que comprometeria toda a perspectiva de melhoria da oferta escolar pública nos próximos anos. A união dos defensores da educação pública para pressionar parlamentares e mobilizar a sociedade, conseguiu que o Senado Federal retomasse por unanimidade o parecer original (sem emendas) da Câmara dos Deputados. 

O PL voltou para a Câmara e, com muita mobilização e pressão, foi mantido o texto vindo do Senado e que seguiu para a sanção presidencial.

Vigilância deve continuar

A regulamentação do novo FUNDEB ainda carece de vários dispositivos que deverão ser aprovados pelo Congresso no próximo ano, com destaque para os fatores de ponderação das matrículas (critério VAAF) e os novos indicadores de distribuição interfederativa (VAAT e VAAR), que serão decisivos para promover a qualidade com equidade no atendimento escolar em todo país. O Custo Aluno Qualidade – instrumento imprescindível para orientar o financiamento nas escolas públicas –, é outra pendência legislativa que deverá ser regulamentada na Lei do Sistema Nacional de Educação, instrumento também fundamental para articular as políticas educacionais nas redes públicas de ensino.

Paralelamente a esses desafios, será preciso que a sociedade se mantenha vigilante aos projetos que tramitam no Congresso Nacional e que visam desmontar e privatizar os serviços públicos e terceirizar a mão de obra estatal (professores, funcionários da educação, médicos, enfermeiros, policiais etc). A reforma administrativa (PEC 32/20) tem potencial para implodir as políticas públicas no Brasil, restringindo o atendimento à população e retomando práticas clientelistas nas formas de contratação dos novos “servidores públicos”.

Outras medidas pretendem alterar o pacto federativo e o sistema tributário, colocando em risco muitas conquistas sociais, como a vinculação de impostos para a educação, o Fundo Social do Pré-sal, que destina novos recursos para a educação e outras áreas sociais, a Lei 12.858 (que reserva royalties e outras fontes de recursos para a educação), além de diferentes propostas que promovem a privatização do ensino público através de Organizações Sociais e da Intervenção Militar nas gestões escolares, além da terceirização dos profissionais da educação.

A luta é árdua e incessante. O modelo de escola pública que defendemos – com mais recursos, mais gestão democrática, com expansão da educação integral e com melhoria da qualidade da educação através do CAQ – continua sob forte ataque e requerendo atenção e reações sociais na mesma medida em que ocorreram os processos de aprovação e regulamentação do FUNDEB permanente. Somente juntos será possível barrar os retrocessos do Governo Bolsonaro e conquistar mais vitórias para a educação pública.

Parabéns à militância dos/as trabalhadores/as em educação nesta jornada de luta pelo Fundeb para as escolas públicas!

Seguimos vigilantes e avante!

Em vez de pagar o Piso, prefeito Álvaro Dias, de Natal, quer ratear dinheiro que o SINTE/RN sempre disse existir






Com 2021 batendo às portas e com recursos não utilizados, o chefe do Executivo municipal encaminhou um Projeto de Lei em regime de urgência à Câmara dos Vereadores a fim de realizar a divisão das sobras dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo proposta do chefe do executivo, o valor em caixa poderá ir “a parte dos profissionais a quem poderá ser destinado o abono salarial […]”. O SINTE/RN é contra o PL.

O Sindicato, que desde dezembro de 2019 cobra da Prefeitura do Natal e da Secretaria Municipal de Educação (SME) a atualização integral do Piso Salarial 2020, entende que a proposta de rateio de recursos é reducionista e promove exclusão.

“2020 encerra sem que os professores e professoras da Rede Municipal de Natal tenham conquistado os 12,84% do Piso. Ao longo do ano, esse direito dos educadores foi negado pelo prefeito em diversas ocasiões, sob o pretexto de falta de recursos, de redução de receitas e/ou impedimento da lei Eleitoral. Com essa proposta, além do valor não permanecer nos salários, nem todos os educadores serão contemplados”, esclarece a coordenadora geral do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso.

Para Fátima, não cabe rateio. “Exigimos a atualização dos salários e não migalhas. O rateio dos recursos que o Prefeito propõe é um golpe na categoria. Nós, enquanto SINTE/RN, temos interesse na negociação do Piso e defendemos que os recursos do Fundeb devem ser utilizados para garantir a atualização, para o pagamento dos 12,84% devido a categoria.”

Confira AQUI o documento encaminhado pela Prefeitura.

Débitos

Além da atualização do Piso Nacional do Magistério de 2020, a Prefeitura do Natal deve o retroativo aos aposentados de 2017 e 2018. Somado a isso, desde 2015 a prefeitura deve, fruto de negociação em 2013, 10%, sobre o salário base de ativos, aposentados e pensionistas.

Pressão virtual sobre o Congresso garante que recursos do Fundeb serão para a educação pública

 

A pressão virtual sobre o Congresso Nacional resultou em uma vitória histórica para os trabalhadores em educação do Brasil. No último dia 17 a Câmara dos Deputados reanalisou o PL 4372/2020, que objetivava regulamentar o Fundeb. Na ocasião, a maioria dos parlamentares votou favoravelmente à destinação de recursos oriundos do Fundo apenas para a educação pública. O projeto foi aprovado e agora vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A mudança de postura dos deputados federais aconteceu após na última terça (15) o Senado rejeitar o projeto aprovado pela Câmara na semana passada. Isso porque os senadores entenderam que deveriam ser excluídas as emendas que previam destinar dinheiro do Fundeb para a rede privada. Assim, devolveram o texto para os deputados. Pressionados, os parlamentares se reposicionaram.


Porém, essa atitude do Senado e a mudança de postura da Câmara dos Deputados aconteceu mesmo devido a uma intensa pressão nas redes sociais. Sob a liderança da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), milhões de profissionais da educação participaram de tuitaços, envio de e-mails e mensagens para os parlamentares. O SINTE/RN fez sua parte e chamou sua base para a luta virtual. O resultado foi satisfatório. Com isso, foram retirados do texto os seguintes pontos:

a) a privatização da oferta de educação técnica e profissional, com envio de recursos públicos para instituições conveniadas ou parceiras do poder público, como as entidades do Sistema S;

b) a privatização das atividades de contraturno escolar, visto que instituições conveniadas poderão ofertar atividades extracurriculares aos estudantes de escolas públicas, drenando recursos do custo aluno do Fundeb; e

c) pagar, com os 70% dos recursos do Fundeb destinados à remuneração dos profissionais da educação pública, profissionais das áreas técnica e administrativa, terceirizados e profissionais das instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas, incluindo psicólogos, assistentes sociais, contadores, advogados e mesmo militares.

A coordenadora geral do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso, comemorou: “A mobilização, o trabalho da CNTE nos bastidores. Isso tudo levou a esta reviravolta que vai ficar na história! O trabalho incansável dos sindicatos. Essa vitória deve ser motivo de orgulho dos que lutaram e lutam todos os dias. Estamos de parabéns! Agradecemos a todos e todas”.

O professor e também coordenador geral, Rômulo Arnaud, celebrou: “Viva os trabalhadores/as. Viva a nossa CNTE. Viva os estudantes! Viva a educação pública.”

Por sua vez, o professor e coordenador geral do SINTE/RN, José Teixeira, mostrou preocupação mesmo apesar da vitória: “A minha preocupação ainda não acabou! O projeto que regulamentou o Fundeb ainda terá que ser sancionado pelo Bolsonaro”.

Aprovado em julho e agosto pelo Congresso Nacional, o Fundeb Permanente precisava de um PL que o regulamentasse. Por isso, o assunto voltou a ser pautado pelas duas casas em dezembro. Agora, o Fundo criado em 2007 não tem mais validade, tornando-se uma política de educacional irrevogável.



segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

SINTE celebra decisão judicial que determina a nomeação de José Arnóbio, eleito reitor do IFRN



O SINTE/RN comemora a decisão da Justiça Federal que determinou a posse do reitor eleito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), José Arnóbio de Araújo Filho, para o quadriênio 2020-2024. A decisão judicial foi proferida na última sexta (11/12) e deverá ser cumprida em cinco dias.

Atualmente, o IFRN está sob o comando do interventor Josué Moreira, nomeado em abril pelo ex-ministro da educação, Abraham Weintraub. A situação de Moreira não é legítima, uma vez que ele sequer participou do pleito de dezembro de 2019 que elegeu o professor José Arnóbio.

O SINTE/RN, entidade que defende a democracia e respeita o processo eleitoral, já havia repudiado e denunciado a intervenção do Ministério da Educação no IFRN. Para a direção do Sindicato, tratava-se de uma medida desrespeitosa e um ataque a Educação Brasileira e ao processo democrático.

Com a recente decisão da justiça, o SINTE espera que o reitor eleito logo tome posse do cargo e passe a exercer a função para a qual foi eleito. “Certamente a notícia é uma vitória para a democracia e para o movimento estudantil e sindical”, afirma a coordenadora do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso.




domingo, 13 de dezembro de 2020

Senhores (as) Senadores (as): O Fundeb precisa valorizar a escola pública e seus profissionais

 



Senhores(as) Senadores(as),

A votação do Projeto de Lei nº 4.372/20, no último dia 10, na Câmara dos Deputados, representou um golpe sem precedentes contra a escola pública e seus profissionais. Nunca na história republicana do país os recursos públicos da educação sofreram tamanho desvio para atender a interesses de grupos privados. Nem mesmo no período colonial, quando a educação foi delegada majoritariamente à Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas), a Coroa foi tão benevolente com terceiros que atuavam na oferta educacional.

As consequências da votação do FUNDEB na Câmara Federal são desastrosas para a educação brasileira, pois comprometem os objetivos de ampliação das matrículas com qualidade em todas as etapas e modalidades do ensino básico. O texto visa a transferir parte das atuais matrículas públicas para o setor privado (conveniado ou não com o poder público), inviabilizando atender as crianças e jovens que estão fora da escola. Os municípios de menor porte e dos rincões do país continuarão penalizados, dado que os recursos da educação ficarão ainda mais concentrados nos grandes centros urbanos e em mãos de instituições particulares, comprometendo também a ampliação da oferta escolar nessas localidades (os recursos públicos serão minguados e a rede conveniada não suporta atender ao déficit escolar!).

Em relação à valorização dos profissionais da educação pública, compromisso expresso na denominação do FUNDEB, essa também ficará totalmente comprometida caso a ampliação da base de pagamento (70%) fique mantida aos profissionais de escolas conveniadas (comunitárias, confessionais e filantrópicas) e a quaisquer outros vinculados às secretarias de educação, mesmo que não exerçam funções diretamente ligadas ao ensino.

Essa mudança aprovada na Câmara dos Deputados anula o esforço da Emenda Constitucional nº 108 em possibilitar o pagamento do piso salarial nacional do magistério (bastante desrespeitado no país) e de melhorar as carreiras dos profissionais da educação, que detêm os menores salários em comparação a outras profissões com escolaridade equivalente no Brasil e em relação aos professores de várias nações pesquisadas pela OCDE.

Em razão dessas graves medidas contraproducentes aprovadas pela Câmara dos Deputados, em parte explicadas pelo prazo exíguo e pela limitada participação social neste momento pandêmico em que ocorreu a tramitação da matéria –, requeremos aos(às) Senadores(as) da República que abdiquem de votar o substitutivo ao PL 4.372/20, possibilitando que o FUNDEB seja regulamentado pelo Executivo federal com posterior avaliação do Congresso em prazo mais dilatado e participativo (até 120 dias).

Essa opção estratégica para melhor regulamentar o FUNDEB não fará com que o Congresso renuncie quaisquer de suas funções, pois a decisão final sobre a matéria continuará a cargo do parlamento. Porém, é a única e mais prudente medida para se evitar o desastre que se avizinha na educação brasileira, dado que, neste momento da tramitação, ficará a cargo da Câmara concordar ou não com eventuais mudanças do Senado ao PL 4.372/20.

Diante da gravidade da situação, reiteramos o pedido para que o FUNDEB seja regulamentado, num primeiro momento, através de Medida Provisória, com posterior análise mais acurada e serena do Congresso Nacional.

A educação pública e o povo brasileiro não podem sofrer mais retrocessos de direitos!

Brasília, 13 de dezembro de 2020
Diretoria da CNTE

Em audiência com Fórum, Governo apresenta pagamento de dezembro, 13º e projeta quitar atrasados

 

O Governo do Estado anunciou os pagamentos da folha de dezembro, 13º de 2020 e uma projeção para quitar os atrasados relativos a 2018. As informações foram apresentadas na tarde desta sexta-feira (11) em audiência com o Fórum Estadual dos Servidores. O SINTE/RN esteve presente. Na ocasião, o Executivo Estadual anunciou o seguinte calendário de pagamento:

FOLHA DE DEZEMBRO DE 2020

  • Dias 15 e 30/12.

13º DE 2020

  • Dia 23/12 – Pagamento da 2ª parcela (60%) para servidores ativos e aposentados que recebem até R$2.000,00 (dois mil reais) brutos.
  • Dia 23/12 – Pagamento da 2ª parcela (60%) para servidores de órgãos com arrecadação própria, inclusive os trabalhadores em educação, independente do valor.
  • Dia 05/01 – Pagamento da 2ª parcela (60%) para ativos e aposentados que recebem a partir de R$2.000,01 (dois mil e um reais).

ATRASADOS DE 2018

  • Entre os dias 05 e 15/01 será apresentado o calendário das folhas de dezembro e 13º de 2018.

CALENDÁRIO DE 2021

  • Até o final de dezembro será anunciado.

Embora finalmente o Governo tenha anunciado o calendário, o SINTE avalia que os aposentados serão prejudicados: “Mais uma vez, já que receberão no dia 05 de janeiro”, afirma o diretor de comunicação, professor Bruno Vital.

O sindicalista aponta que esperava do Governo o anúncio do calendário dos atrasados.

OUTRAS QUESTÕES

Além de tratar das últimas folhas deste ano e os atrasados de 2018, a audiência pautou outros pontos. São eles:

DECRETO QUE REGULAMENTA A COMISSÃO PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO

O Governo promete que ao longo de 2021 vai aprovar um projeto que regulamente a Comissão Permanente de Negociação.

REAJUSTE

O Governo disse que em 2021 não poderá conceder qualquer reajuste por força da Lei 173/2020 de autoria da gestão Bolsonaro e aprovada em maio pelo Congresso Nacional. Inclusive os ADTS ficarão suspensos até dezembro do ano que vem. A promessa do Governo estadual é a de que trabalhará para organizar a legislação em 2021 objetivando em 2022 conceder reajuste às categorias de menor remuneração, grupo que inclui os funcionários da educação.

CONCURSOS

Concursos na área da educação deverão acontecer para reposição de vagas, segundo o Executivo estadual.

Deputados protagonizaram maior derrota da educação brasileira desde 1988


O plenário da Câmara votou e aprovou na noite de quinta-feira (10/12) o projeto de Lei (PL 4372/20) que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Embora a regulamentação do Fundeb fosse um demanda antiga dos/as trabalhadores/as em educação, a aprovação do PL, da forma como ocorreu, representa um duro golpe para a Educação Pública.

“É um projeto que ataca as políticas de valorização das carreiras dos professores, professoras e demais trabalhadores da educação pública brasileira. Além disso, dificulta o cumprimento do Piso Salarial do Magistério”, afirma a coordenadora geral do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso.

O projeto foi aprovado na forma do parecer do relator, deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), e alterado por emendas. Com isso, o texto da Emenda Constitucional (EC) nº 108 – texto do Fundeb originalmente apresentado pela deputada e profa. Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) – foi dilapidado, tendo sido estabelecidos novos critérios para destinação de recursos do Fundo e distribuição de verbas as diferentes regiões e etapas do ensino.

Entre as possibilidades que o PL aprovado oferece e que fragilizam a educação pública e a carreira dos educadores estão:

  • a) a privatização da oferta de educação técnica e profissional, com envio de recursos públicos para instituições conveniadas ou parceiras do poder público, como as entidades do Sistema S;
  • b) a privatização das atividades de contraturno escolar, visto que instituições conveniadas poderão ofertar atividades extracurriculares aos estudantes de escolas públicas, drenando recursos do custo aluno do Fundeb; e
  • c) pagar, com os 70% dos recursos do Fundeb destinados à remuneração dos profissionais da educação pública, profissionais das áreas técnica e administrativa, terceirizados e profissionais das instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas, incluindo psicólogos, assistentes sociais, contadores, advogados e mesmo militares.

De acordo com a coordenadora geral do SINTE/RN, professora Fátima Cardoso, e em consonância com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o projeto 4372/20 aprovado pelos Deputados Federais na noite de ontem tem caráter privatista e representa a maior derrota da educação desde a Constituinte de 1988. “Apesar desse golpe, o momento agora é de unir forças e cobrar que os senadores adotem uma postura diferente, a favor da educação pública”, diz Fátima.

MOBILIZAÇÃO CONTINUA

O Projeto de Lei 4372/20 segue agora para o Senado. Lá, será debatido e votado pelos parlamentares. Nesse sentido, toda a comunidade escolar deve lutar contra o desmonte da educação pública. Professores, estudantes, pais de alunos ou seus responsáveis, bem como demais membros da sociedade devem enviar mensagens aos senadores, exigindo um Fundeb que privilegie a educação pública. Envie sua mensagem clicando no link: https://tinyurl.com/yxachh5r

CONFIRA COMO VOTARAM OS DEPUTADOS FEDERAIS DO RN

Dos oito deputados federais que representam o Estado do RN, apenas dois, Natália Bonavides e Rafael Motta, votaram a favor da educação pública e se posicionaram contra o parecer do relator, deputado Rigoni, e de emendas que fragilizaram o Fundeb. Confira como votaram os parlamentares:

FAVORÁVEIS À EDUCAÇÃO PÚBLICA

  • Natália Bonavides (PT)
  • Rafael Motta (PSB)

CONTRÁRIOS À EDUCAÇÃO PÚBLICA

  • Benes Leocádio (Republicanos)
  • Beto Rosado (PP)
  • Carla Dickson (Pros)
  • General Girão (PSL)
  • João Maia (PL)
  • Walter Alves (MDB)

CONFIRA AQUI A NOTA PÚBLICA DIVULGADA PELA CNTE.


FUNDEB: Conheça os deputados do RN que votaram a favor da Educação Pública

 



sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Governo anuncia pagamento do 13º salário dos servidores




A governadora Fátima Bezerra anunciou nesta sexta-feira (11), em reunião com o Fórum de Servidores, as datas da conclusão do 13º salário do funcionalismo público estadual. De acordo com ela, 57% dos servidores terão o vencimento concluído no dia 23 de dezembro. Os 43% restantes receberão o pagamento no dia 5 de janeiro.

No dia 23 de dezembro, receberão o restante do 13º os servidores ativos, inativos e pensionistas, cujo salário bruto é de até 2 mil. Nessa data, também irão receber os servidores dos órgãos com arrecadação própria. Os demais servidores recebem no dia 5 de janeiro.

A governadora informou ainda que até o final deste ano anunciará o calendário de pagamento do funcionalismo para 2021. Na primeira quinzena de janeiro, o Governo do Estado se reunirá novamente com o Fórum de Servidores para discutir o pagamento das folhas em atraso deixadas pela administração anterior.

Os pagamentos de dezembro e do 13º de 2018 começarão a ser pagos em janeiro de 2021.



FUNDEB: Conheça os deputados do RN que votaram contra a Educação Pública

 






















FUNDEB é desconfigurado e privatizado na Câmara dos Deputados




Educação pública sofre sua maior derrota desde a Constituinte de 1988


Em pleno Dia Internacional dos Direitos Humanos (10.12.20), a Câmara dos Deputados, no Brasil, num gesto antagônico à garantia de um dos direitos mais essenciais da pessoa humana e da sociedade (a Educação), aplicou o maior e mais assombroso golpe contra a educação pública brasileira. Nem os mais céticos poderiam prever tamanha inconsequência coordenada pela base do governo Bolsonaro no parlamento, que terminou por quase sepultar o FUNDEB aprovado pela Emenda Constitucional (EC) nº 108, no último mês de agosto.

Após várias rodadas de negociações (ou pretensas negociações) com o relator do PL 4.372/20, deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), para que seu relatório inicial fosse adequado aos objetivos da EC 108 – retirando o caráter privatista da proposta e contemplando pautas da sociedade progressista organizada –, entrou oficialmente na pauta de votação da Câmara Federal a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB. O que se viu, a partir daí, foi um festival de traições e dilapidação da maior conquista da educação pública nos últimos anos. O incontido apetite privatista dos partidos de Direita, especialmente do chamado Centrão (base de apoio do governo Bolsonaro), não só recolocou no texto do FUNDEB os principais pontos que haviam sido retirados por “acordo” entre o relator e os partidos de oposição, como piorou ainda mais a regulamentação.

Sobre o pretenso acordo entre o relator e a oposição, restaram sérias dúvidas a respeito de sua boa-fé. Isso porque vários parlamentares da situação citaram durante a votação outras negociações feitas entre a base do governo e o relator, que descaracterizavam o acordo com a oposição. E essa suposta traição teria como única estratégia garantir que o PL 4.372/20 fosse pautado no plenário da Câmara dos Deputados, sem obstruções. Objetivo claramente alcançado! A oposição cumpriu o acordo e sequer apresentou destaques ao texto (com exceção de um ao final da votação). Já a base do governo surrupiou o FUNDEB na calada da noite.

Nem mesmo os ajustes feitos na parte que trata da complementação da União VAAR (por resultados), a fim de reconhecer as eleições para direções das escolas juntamente com os critérios técnicos e de mérito previstos na redação original do substitutivo, e a inclusão de indicadores sociais e de raça para contrapor os critérios meramente meritocráticos nesta forma redistributiva de recursos da União, foram suficientes para amenizar os enormes retrocessos aplicados à escola pública brasileira. Outra inclusão ao texto diz respeito à vigência da Lei 11.738 até que o Congresso regulamente uma nova lei de piso nacional para o magistério. A proposta da CNTE previa prazo para a regulamentação do piso salarial do art. 206, VIII da Constituição, mantendo-se vigente, até essa data, o atual piso do magistério. O risco agora consiste em não aprovar o piso para todos os profissionais da educação e, de quebra, termos uma nova legislação para o magistério mais restritiva que a atual.

Entre as derrotas impostas à educação pública, destacam-se:

1. A privatização da oferta de educação técnica e profissional, drenando recursos públicos para instituições conveniadas ou “parceiras” com o poder público, sobretudo as entidades do Sistema S, que já contam com fartos recursos públicos e ganharão ainda mais com o FUNDEB. E não há travas para essas parcerias!

2. A privatização por convênios irrestritos na educação infantil (creche e pré-escola) e na educação especial. Também não há limites para as parcerias entre o poder público e as instituições privadas (conveniadas) nessas etapas e modalidades.

3. A privatização de 10% das vagas do ensino fundamental e médio, atendendo especialmente aos interesses de entidades confessionais e aquelas que fazem filantropia com recursos públicos no país.

4. A privatização das atividades de contraturno escolar, algo inédito na educação brasileira. As instituições conveniadas (comunitárias, confessionais e filantrópicas) poderão abocanhar mais 30% do custo aluno do FUNDEB para ofertar atividades extracurriculares aos estudantes das escolas públicas.
Profissionais da educação duramente atingidos em sua valorização

Não bastasse todo o desmonte promovido na oferta escolar pública, a Câmara dos Deputados fechou a votação do FUNDEB com a quase inacreditável aprovação da emenda apresentada pelo “Partido Novo”, que introduz na subvinculação de 70% dos recursos do FUNDEB, destinados à remuneração dos profissionais da educação, também os trabalhadores que desempenham atividades nas instituições comunitárias, confessionais e filantrópicas, além de psicólogos, assistentes sociais e quaisquer outros profissionais que estejam vinculados às secretarias de educação (contadores, advogados, administradores, quiçá militares!).

Essa aberração legislativa visa claramente fragilizar ainda mais o cumprimento do piso salarial profissional nacional do magistério e as políticas de valorização das carreiras profissionais de professores e demais trabalhadores da educação básica pública. Se antes faltavam recursos para valorizar os profissionais da educação, que dirá se essa emenda for definitivamente aprovada pelo Senado?

Mobilização, já!

Não obstante a luta jurídica que se sucederá a partir das emendas aprovadas ao relatório de regulamentação do FUNDEB, sobretudo no que se refere a subvinculação destinada para a valorização dos profissionais da educação, é importante, desde já, organizar a mobilização social para reverter no Senado os absurdos cometidos pela Câmara dos Deputados.
A cobiça privatista aliada ao projeto de desmonte da escola pública brasileira são duas bandeiras indissociáveis do governo Bolsonaro. Todavia, a falta de limites e de bom-senso na votação da Câmara coloca em risco a estrutura da educação nacional. Os municípios, especialmente os menores, serão gravemente afetados com a redução de receitas do FUNDEB drenadas para a iniciativa privada.

É hora de mais uma vez o país se unir para evitar o desmonte da educação pública, Gestores, trabalhadores, estudantes e comunidade escolar por inteiro devem dar as mãos e cerrar fileiras contra os retrocessos impostos pela Câmara dos Deputados ao FUNDEB. Todas as emendas vão contra os objetivos da EC 108 e precisam ser revertidas. Para tanto, a mobilização no Senado, e posteriormente na Câmara dos Deputados – que dará a palavra final sobre as possíveis alterações realizadas pelo Senado – é a primeira e urgente estratégia de reversão dos absurdos cometidos contra a educação pública e seus profissionais em âmbito do FUNDEB.

Essas importantes decisões ocorrerão todas na próxima semana – votação no Senado e eventual retorno à Câmara dos Deputados – e é preciso mobilizar urgentemente as bases sociais, pressionando os/as senadores/as e denunciando a farra inconsequente dos/as deputados/as que votaram contra a educação pública e a maioria do povo brasileiro.
Vamos à luta!

Brasília, 11 de dezembro de 2020

Diretoria da CNTE





quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Tributar os super-ricos: “uma injustiça que clama aos céus”, por Rosilene Corrêa

 



Na série de documentos intitulada “Curar o Mundo”, o papa Francisco tratou do aumento da desigualdade e seus reflexos no enfrentamento da maior crise dos últimos anos, a pandemia da Covid-19. Ele não resumiu isso à pandemia. Muito apropriadamente, ele lembrou que os sintomas de desigualdade mostram que existe uma doença social provocada por “um vírus que advém de uma economia doente. É o resultado de um crescimento econômico desigual, independente dos valores humanos fundamentais. No mundo de hoje, muito poucas pessoas ricas possuem mais do que o resto da humanidade. É uma injustiça que clama aos céus!”.

A fala do papa não é uma novidade para nós, brasileiros. Em nosso país, a desigualdade avança cada vez mais depois que, sem nenhum escrúpulo ou ética, deram um golpe no governo popular para conseguir implantar, de forma radical, uma política econômica baseada nos pressupostos do neoliberalismo.

Avançaram com uma reforma trabalhista, que, sob o pretexto de gerar empregos, instituiu uma enorme insegurança social. Os empregos esperados até hoje não apareceram porque não são os salários já aviltados dos trabalhadores brasileiros que o provocam. O desemprego é gerado por uma política econômica recessiva em si mesma, que, ao diminuir cada vez mais os salários, implode as condições de consumo do povo, desaquecendo a economia.

Não satisfeitos com o absurdo da reforma trabalhista, aproveitaram o momento da eleição de um candidato da extrema-direita para implantar a reforma previdenciária. Aumentaram o tempo de trabalho para aposentadoria, acabando com a possibilidade de inserção de milhares de jovens no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que reduziram os proventos, aumentando ainda mais a implosão das condições de consumo já decorrentes da reforma trabalhista.

A situação caótica da economia sob um governo que aplica uma política que fracassou em todo o mundo, veja o exemplo do Chile, usado como modelo pelo atual Ministro da Economia, levou à retomada do debate do imposto sobre as grandes fortunas, previsto no art. 153, inciso VII, da Constituição Federal de 1988. Observe que todos os impostos previstos no art. 153 da Constituição são cobrados, menos o Imposto sobre as Grandes Fortunas, que depende de uma lei complementar. Já se passaram mais de 30 anos e o Congresso Nacional não conseguiu estabelecer um consenso para fazer a lei complementar que regulamenta esse imposto.

Conforme o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado no fim de 2019, o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de nações do continente africano, como África do Sul, Namíbia, Zâmbia, República Centro-Africana, Lesoto e Moçambique. O levantamento tem como base o coeficiente Gini, que mede desigualdade e distribuição de renda. O documento destaca ainda que apenas o Catar tem maior concentração de renda entre o 1% mais rico da população do que o Brasil.

“A parcela dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda total do País e a parcela do 1% mais rico concentra 28,3% da renda”. A situação é tão absurda que um auxílio de pouco mais de cem dólares, 600 reais, teve impacto na diminuição dessa desigualdade. Um auxílio que o governo foi obrigado a dar depois de proposto e aprovado pela oposição, no Congresso Nacional, e absorvido, atualmente, por um aumento absurdo e sem precedentes do custo da cesta básica nos últimos anos.

Acompanhando as reflexões do papa Francisco, a Oxfam, em seu relatório intitulado “Quem paga a conta?”, informa-nos que, mesmo em plena pandemia, 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões (equivalentes a cerca de R$ 268.624 bilhões) entre março e junho deste ano. No Brasil, 42 desses bilionários tiveram suas fortunas aumentadas em US$ 34 bilhões (R$ 189.486 bilhões).

No caminho contrário à justiça fiscal, o atual governo federal insiste em tentar tributar os mais pobres e até desempregados, aumenta a contribuição dos aposentados e trabalhadores da ativa, diminui e quer extinguir o auxílio emergencial devido à pandemia. Nem sequer cogita, na contramão do mundo, implantar o imposto sobre as grandes fortunas. Por isso, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e mais 50 entidades em todo o país lançaram, no dia 29/10, e mantêm em curso, a campanha “Tributar os Super-Ricos”, com a qual defendem a implantação de medidas tributárias capazes de solucionar a crise financeira do Brasil sem massacrar os mais pobres.

Os números da desigualdade e a crise sem precedentes que nosso país e o mundo irão enfrentar, em 2021, exigem que o Imposto sobre as Grandes Fortunas seja implantado. Mas isso só acontecerá se houver uma ampla mobilização e conscientização do povo brasileiro sobre a necessidade de justiça fiscal. Enquanto isso não acontece, nós, os pobres, pagamos a conta. E como diz o papa Francisco, “é uma injustiça que clama aos céus!”

*Rosilene Corrêa é pedagoga, aposentada como professora de Atividades da rede pública de ensino do Distrito Federal, diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

(Revista Fórum, 5/12/2020)