Em setembro, mais precisamente no dia 19, comemoramos o
aniversário de Paulo Freire, que agora em 2019 faria 98 anos. Para comemorar essa data, a
CNTE e o SINTE/RN prestam uma homenagem a este notável educador, filósofo e Patrono da
Educação Brasileira. Freire se tornou referência na educação nacional e
mundial por sua metodologia, seu conhecimento, sua coerência, sua ética e
pela maneira amorosa com que educava e se educava em diálogo com as
pessoas e com a natureza, sempre na busca de um mundo mais justo.
Homenagear Paulo Freire é dar continuidade ao seu legado,
reinventando-o, buscando seus ideais de emancipação, cidadania e justiça
social. No Brasil, a educação pública está sofrendo ataques neoliberais
do governo federal, que quer passar os recursos públicos para mãos
privadas, virando de costas para a grande maioria da população. Essa
política se reproduz em tantas outras áreas desse (des)governo: na atual
Reforma da Previdência do governo, em tramitação no Senado Federal, o
interesse também é acabar com o sistema público de seguridade social,
entregando a nossa atual previdência pública para as mãos dos bancos,
ávidos sempre por lucros cada vez maiores. E esse dinheiro que querem
direcionar para as mãos dos bancos sairá de direitos como o abono
salarial e nossa aposentadoria.
As políticas de emprego e renda também saíram do receituário do atual
governo, que não tem o menor pudor em reconhecer os mais de 13 milhões
de desempregados brasileiros/as, contingente de nossa população que não
para de crescer. Faz parte da concepção política de um governo
neoliberal retirar o Estado da agenda de geração de empregos, remetendo a
responsabilidade do desemprego de cada trabalhador a sua própria
condição e capacidade, e concedendo ao mercado a prerrogativa única
nessa tarefa.
Por tudo isso, neste mês de setembro, a CNTE incorpora ao seu calendário a
luta continental da Jornada Latino Americana de luta em defesa da
educação pública, gratuita, laica e emancipadora, contra a
mercantilização e privatização: rumo ao centenário de nascimento de
Paulo Freire. Esse é um dia de luta e mobilização em toda a região,
indicado pela Internacional da Educação para América Latina – IEAL para
uma mobilização continental em defesa da educação pública e da memória
de Paulo Freire, nosso patrono nacional da educação, tão atacado nos
dias de hoje no país. No centenário do nascimento de Paulo Freire, em
2021, a América Latina se reunirá no Brasil para recordar e manter vivo o
legado do professor Freire.
Biografia
Paulo Freire (1921-1997) nasceu em Recife (PE). Formou-se em direito,
mas não seguiu carreira, encaminhando sua formação para o magistério.
Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300
pessoas em um mês. Desejava, como diretor do Programa Nacional de
Alfabetização do governo João Goulart, alfabetizar em quatro anos
dezesseis milhões de adultos, sonho interrompido pela eclosão do golpe
civil-militar de 1964. Freire passou 70 dias na prisão antes de se
exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia
do Oprimido. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à
vida universitária. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989
e 1991, foi secretário municipal de Educação de São Paulo. Freire foi
casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris causa
de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de
20 idiomas. É o mais célebre educador brasileiro, com atuação e
reconhecimento internacionais: é o terceiro pensador mais citado do
mundo em universidades da área de humanas. O levantamento foi feito
através do Google Scholar – ferramenta de pesquisa para literatura
acadêmica – por Elliot Green, professor associado da London School of
Economics. Segundo ela, Freire é citado 72.359 vezes, atrás somente do
filósofo americano Thomas Kuhn (81.311) e do sociólogo, também
americano, Everett Rogers (72.780).
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