Ao longo dessa semana tenho procurado entender o porquê do Estado do RN - mesmo diante de um anúncio de paralisação - trata o atraso salarial dos policiais militares de forma ágil e cordial e, conosco, trabalhadores em Educação, o tratamento dispensado é sempre moroso e frequentemente ríspido?
Se segurança é imprescindível, educação, na minha humilde opinião, talvez seja ainda mais relevante já que é público e notório o fato da violência e da marginalidade aumentar a medida que a educação pública é negligenciada.
Sabe-se que um país só alcança o desenvolvimento pleno quando setores estratégicos como educação, saúde, assistência social e segurança são levados a sério. No Brasil, é público e notório que estamos - principalmente agora - cada vez mais longe de atingirmos patamares satisfatórios. Aquilo que conseguimos avançar nas nossas lutas está sendo aniquilado sem dó nem piedade.
Das categorias caracterizadas como "estratégicas", indiscutivelmente, nós, trabalhadores em Educação, somos os mais perseguidos e atacados pelos governos, em especial pelo (des)governo Temer e sua corja de apoiadores fascistas. Manter o povo na mais completa ignorância, tornando-o presa fácil dos políticos e politiqueiros é tudo que esse sistema injusto e excludente deseja.
Não podemos nos acovardar, não podemos desistir, temos que esclarecer alunos, colegas professores, pais e funcionários da escola, sobretudo, diante do arsenal de informações caluniosas que tentam denigrir o nosso papel, enquanto profissionais - vide o famigerado projeto Escola Sem Partido, do inimigo público número 01 (um) da nossa categoria, Rogério Marinho (PSDB-RN).
Temos que despertar desse estado de letargia, de acomodação e resistir diante dos retrocessos. Pensemos na Educação, tratemos com responsabilidade o nosso ofício, enquanto ainda é possível lutar/reivindicar.
Colegas, deixemos de lado, portanto, a acomodação, coloquemos os dois pés no chão e busquemos através da união a redenção da nossa categoria,
Vejam os policiais militares, mesmo constitucionalmente proibidos de fazer greve formam um grupo coeso e unido que luta bravamente pelos seus interesses coletivos. O governo reconhece o impacto que a categoria PM possui perante a sociedade local e acaba cedendo os anseios dessa categoria. Se não atende a integridades dos pleitos, ao menos busca agilizar aqueles caracterizados como mais emergenciais, como o pagamento.
É certo que os policiais tem mais cacife para enfrentar o governo por contar com o apoio total e irrestrito da mídia marrom - aquelas dos programas policiais sensacionalistas que acham justíssimo o policial entrar em greve mas por outro lado acham um verdadeiro absurdo quando somos obrigados a paralisar nossas atividades - e de setores retrógrados e fascistas da sociedade civil.
Parcela dos pais e alunos não nos apoia, em parte, pela distorção de valores e pela contra-informação midiática e pseudo-religiosa de inspiração fundamentalista.
Enquanto isso nos acomodamos no individualismo e esquecemos que somos uma categoria.
Sem pressão coletiva, sem apoiar os pleitos do SINTE/RN não conseguiremos enxergar a luz no fim do túnel.
O ano está chegando ao fim e nada melhor do que refletir sobre os caminhos que percorreremos em 2018.
Lembremos que em 2017, não nos foi concedida uma letra sequer, as promoções verticais agraciaram número insatisfatório de professores, as reformas, ampliações e melhorias prometidas para as escolas estaduais ficaram na promessa, a escola em tempo integral engatinha sem muita desenvoltura e - o mais grave - nossos companheiros aposentados e pensionistas penam há sucessivos meses com atrasos cada vez maiores no pagamento dos seus salários.
Amanhã (10/11) é dia de irmos a luta, somos a maior categoria do funcionalismo público estadual, somos formadores de opinião e não podemos nos esquivar diante da escandalosa política de retrocessos que está em curso.
Vamos remar contra essa correnteza de arbitrariedades ou vamos deixar que tudo aconteça de acordo com os interesses governamentais?
Eu escolho a luta e vocês?
Laélio Jorge da Costa
Professor da Rede Estadual de Ensino (RN)
Professor da Rede Municipal de Ensino de São José de Mipibu (RN)
Coordenador de Comunicação do Núcleo dos Trabalhadores em Educação de S. J. de Mipibu (SINTE/Mipibu)
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