quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ESCOLA VÍTIMA DE ARRASTÃO EM JULHO SOFRE AGORA ARROMBAMENTO



Na última terça-feira (15), a Escola Municipal Maria Salete de Lima, em Japecanga -  zona rural de São José de Mipibu -  foi alvo de mais uma investida criminosa. 

Marginais - ainda não identificados - aproveitaram o feriado da Proclamação da República para invadir a escola.

Para ter acesso as salas, serraram cadeados e forçaram portas. Comenta-se que a ação aconteceu momentos antes da chegada do vigia que pernoita na escola.

A direção da escola, constatou na manhã de ontem a subtração de computador (01), impressora (01), roteadores (2) e microsistems (3).

A insegurança na área é grande. Segundo o vice-diretor da Escola Maria Salete, prof. Francisco Gomes, na semana passada, a cigarreira localizada em frente ao prédio da escola já havia sido "visitada" pela bandidagem.  

Curiosamente, a invasão da Escola Maria Salete não pode ser caracterizada - de forma alguma - como um fato isolado.  Já faz tempo que  professores, alunos e funcionários daquela unidade de ensino sofrem com a escalada das investidas criminosas. 

O momento mais crítico vivenciado pela comunidade escolar do Maria Salete - vale salientar -  ocorreu no dia 22 de julho, quando bandidos armados invadiram a escola em horário de aula  para promover um arrastão. 

Na ocasião, professores, funcionários e alunos  foram obrigados a entregar celulares e objetos de valor e um dos professores da escola quase foi morto pelos marginais. Está vivo, porque a arma do bandido "bateu catolé", ou seja, não disparou.

O episódio gerou enorme repercussão nos jornais televisivos,  blogues e portais de informação do Estado. Entretanto, de lá para cá, o reforço da segurança prometido pelas autoridades competentes, ainda não foi concretizado, fato esse que tem deixado a comunidade apreensiva. 

Em Japecanga,  assaltos à luz do dia tornaram-se fatos corriqueiros.  

A localidade está situada em uma área limítrofe com o vizinho município de Parnamirim, Devido a esse fato, acredita-se que  marginais originários da periferia de Parnamirim estejam expandindo suas atuações criminosas no território mipibuense. 





O MEDO QUE APAVORA AS ESCOLAS TEM GERADO REPERCUSSÃO NEGATIVA NA MÍDIA LOCAL E ESTADUAL



O arrastão ocorrido em julho na  Escola Maria Salete não foi a primeira ocorrência violenta envolvendo unidades de ensino do município de São José a repercutir na mídia. 

Ao longo do ano vigente, tivemos - até o presente momento - dois episódios  marcantes:

- Assalto seguido de sequestro da diretora da Escola Municipal Cônego Pedro Paulino (Mendes), profa. Risalva Brazão.

- Rixa de alunos da Escola Municipal Cloris Trigueiro (Pau-Brasil) que resultou em ação brutal, onde foram desferidas facadas na vítima dentro do ambiente escolar.

Até o momento, as investidas criminosas, resultaram em sustos, perdas de bens materiais e, no caso específico da escola do Pau-Brasil, em ferimentos e escoriações

Nós, que fazemos o SINTE em São José de Mipibu, tememos que a morosidade, no tocante a implementação de ações enérgicas, agrave ainda mais essa situação, resultando em episódios de maior gravidade! 



DESCASO: 

DUAS VIATURAS DA PM ATENDEM ÁREA TERRITORIAL EQUIVALENTE AOS MUNICÍPIOS DE NATAL E PARNAMIRIM

Prestes a ultrapassar a marca de 50 mil habitantes, São José de Mipibu conta com apenas duas viaturas para atender o centro, bairros adjacentes e toda a zona rural. 

A área territorial do município (290 km2) equivale ao somatório das áreas dos vizinhos municipios de Natal (170km2) e Parnamirim (120 km2) e a maior parte da população mipibuense vive na zona rural, fato esse que dificulta o deslocamento dos policiais militares pela área territorial da cidade.

Por exemplo: uma equipe de policiais que esteja em Laranjeiras do Abdias, ao ser comunicada de uma determinada ocorrência em Cobé, terá que percorrer um trajeto de quase 40 km para chegar até o local do delito.  

São José de Mipibu tem aparecido com relativa frequência nos noticiários policialescos em decorrência do crescimento do tráfico de drogas em vários pontos da cidade. Nos últimos anos tem se tornado frequente o assassinato de adolescentes e jovens na cidade, muitos deles, alunos da rede pública de ensino.  


Apesar do aumento do número de ocorrências que envolvem ações violentas nas escolas públicas, ações que poderiam amenizar esse panorama, como a Ronda Escolar, inexistem em São José de Mipibu.

Nós, que fazemos o SINTE em São José de Mipibu, esperamos que os entes públicos percebam o perigo que ronda as nossas escolas. Professores, funcionários e alunos - em sua maioria, menores de idade - estão correndo risco de vida durante as atividades escolares, fato esse, que caracterizamos como verdadeiro absurdo. 

Escola é local de aprendizagem, de transmissão do conhecimento, onde crianças e jovens brincam, divertem-se, convivem, trocam experiências e, por isso mesmo,  deve ser um espaço protegido, seguro.



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