quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Rede Municipal: retorno (in)seguro em escolas precárias



Laélio Costa e Francialdo Rocha,  da coordenação do SINTE/RN em São José de Mipibu, visitaram na manhã de hoje as escolas municipais Angelina Vasconcelos de Fatias, no Bairro Novo, e Cônego Pedro Paulino, no Mendes.  Ambas unidades de ensino, vale salientar, funcionam há décadas em estruturas improvisadas e envelhecidas. São escolas com mais de 200 alunos que apresentam as piores condições estruturais e arquitetônicas da rede municipal de ensino, com problemas sérios que acabam por comprometer o distanciamento social (corredores excessivamente estreitos na escola do Mendes, por exemplo) além de não  favorecerem a ventilação e a iluminação natural, gerando problemas como desconforto térmico e vista cansada em alunos, professores e funcionários ( aspectos bem perceptíveis na escola do Bairro Novo).  Diante da precariedade desses espaços, retomar as aulas presenciais ainda em período pandêmico e com a presença de todos os segmentos já a partir da próxima segunda (9) é algo - no mínimo -  arriscado, principalmente diante da participação imediata de 50 % dos alunos de cada escola. A opção da rede municipal pelo retorno de todos os segmentos e turmas - exceto o nível 3 da educação infantil - desprovido de um escalonamento gradativo do número de alunos destoa por completo das opções apresentadas nos protocolos de retomada elaborados pelo Estado e prefeituras de municípios próximos como Parnamirim e Natal. 

ESCOLA MUNICIPAL ANGELINA VASCONCELOS DE FARIAS  (BAIRRO NOVO)


A Escola Municipal Angelina Vasconcelos de Farias funciona em espaço alugado pelo município nos fundos da fábrica Inesmol, na BR-101,  desde o ano de 1988. Originalmente, as salas de aula  foram criadas para abrigar um projeto de alfabetização destinado aos funcionários da indústria que a sedia até o presente momento. Com o passar do tempo,  o espaço foi alugado pelo município que nele implantou o ensino fundamental I para atender a comunidade do Bairro Novo.

Na Escola Angelina conversamos com a diretora Danielle e o secretário escolar Edimar que nos acompanharam durante a visita que realizamos a escola.

As estruturas onde funcionam as salas possuem número limitado de janelas e na maioria delas, a ventilação acaba sendo realizada por cobogós nas paredes. A iluminação das salas é deficitária, carecendo de um número maior de lâmpadas para gerar maior luminosidade. Algumas salas, sobretudo as que ficam localizadas na parte central da estrutura maior, carecem de ventilação natural. 


A comunidade escolar do Angelina Vasconcelos  aguarda há vários anos pela construção de uma nova escola. No ano passado, inclusive, a prefeitura  adquiriu um terreno no bairro para construir uma nova sede. Antes do período eleitoral, foi dado início a construção do prédio, entretanto, devido ao congelamento de uma emenda parlamentar, a construção foi paralisada e, por enquanto, o retorno das obras permanece uma incógnita.

ESCOLA MUNICIPAL CÔNEGO PEDRO PAULINO (MENDES)

Inaugurada em 1974, a Escola Municipal Cônego Pedro Paulino, funciona numa estrutura acanhada que lembra mais uma residência humilde que propriamente uma unidade de ensino. Os corredores são muitos apertados, as salas - exceto a multifuncional - são desconfortáveis e clamam por uma reforma urgente.


De forma similar a E.M. Angelina Vasconcelos de Farias, a E.M. Cônego Pedro Paulino também aguarda há décadas pela construção de uma estrutura nova que possibilite mais conforto para sua comunidade escola.

No ano passado, a prefeitura adquiriu um terreno vizinho para nele construir um espaço mais condizente com os anseios da comunidade.

Entretanto, da mesma forma que no Bairro Novo, a construção foi iniciada e logo em seguida, teve sua construção paralisada devido - mais uma vez -  a problemas com a liberação de recursos advindos de uma emenda parlamentar.


Na visita que realizamos pela manhã conversamos com o diretor Eduardo que nos acompanhou pelas dependências da escola. Segundo ele, dificilmente a escola terá condições de retornar na segunda feira devido a necessidade de efetuar reparos diversos (paliativos) na sua frágil estrutura física.


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