segunda-feira, 21 de março de 2022

Dirigentes do SINTE/RN participam de celebração religiosa e homenageiam José Teixeira

 

A última quinta-feira, 17 de março, foi marcada pela passagem de um ano de falecimento do amigo, companheiro de lutas, defensor da classe trabalhadora, militante da educação, professor e coordenador geral do SINTE-RN, José Teixeira.

Na data, foi celebrada uma missa na cidade de João Câmara, a terra natal e terra do coração de Zé. A missa contou com a presença de familiares, amigos, lideranças políticas, a exemplo da vereadora Divaneide Basílio (PT) e do professor Fernando Mineiro, e de dirigentes do Sindicato, como a coordenadora geral, professora Fátima Cardoso, e o coordenador geral, professor Bruno Vital.



Durante a celebração e antes que os dirigentes do SINTE fossem até à casa de Zé para visitar o memorial em homenagem ao sindicalista, Bruno homenageou o amigo. Leia abaixo o texto escrito e lido por ele:

“Falar sobre José Teixeira é falar sobre educação. Educar, como nos ensina o mestre Paulo Freire, é um ato de amor e de coragem. Foi com amor à humanidade que Zé Teixeira viveu. Foi por amor que ele doou sua vida à luta por uma sociedade em que não faltasse pão, paz e justiça para todos, todas e todes. Foi por amor que ele levantou a bandeira de todos os movimentos e ergueu sua voz por todas as causas. Esse coração grande lhe permitiu ter coragem pra abdicar de sua individualidade. Deixou por vezes sua família, seu próprio lazer, para se dedicar às causas das pessoas. Mas mais do que isso, lhe deu a firmeza necessária para enfrentar os poderosos e afirmar no mundo seu projeto de justiça social, com convicção e altivez.

Zé Teixeira é sinônimo de educação não só por sua dedicação à luta, mas por sua história. É o estudante que não tinha transporte escolar e precisava ir de jumento à escola. A criança que precisou dividir a merenda para garantir a alimentação. O jovem que precisou de muitas caronas para concluir seu nível superior. Um vencedor, que fez da educação o instrumento principal de garantia de sua própria cidadania. Mas foi além. Tornou-se professor e aprendeu que precisava ensinar para o mundo a importância da educação. Não bastou a Zé ter mudado de vida através dela, ele disponibilizou todas as suas energias para transformá-la em um direito de toda a população de João Câmara, do Rio Grande do Norte e do Brasil. Aprendeu com Paulo Freire que homens e mulheres mudam o mundo, mas que para isso é necessário educar. Mudou a sua vida e mudou a de milhares de trabalhadores/as por onde passou.

Encontrou nesse caminho o SINTE, a CUT e a CNTE, a quem se dedicou de corpo e alma. Foi coordenador geral do SINTE, tesoureiro e secretário de organização da CUT e membro do Conselho Fiscal da CNTE. Foi a voz mais marcante dos diversos atos e mobilizações do Estado, incansável e sempre presente contra os ataques ao povo brasileiro e na luta por educação de qualidade. Deixou a sua marca também na CNTE, onde, além de ser reconhecido pela dedicação à luta, ficou conhecido como aquele que enchia a mala de materiais para distribuir com os as/os companheiros/as do seu Estado. Esse era Zé, um cidadão sempre preocupado com a difusão do conhecimento e com a fortalecimento da luta. Um homem generoso, desprendido e humilde.

Encontrou nessa trajetória também o Partido dos Trabalhadores, ao qual deu vida e defendeu bravamente. Caminhou pelo seu município em 2020 como candidato por entender a importância de fortalecer um projeto popular para o Brasil. Denunciou com veemência o golpe de 2016, o desamparo da população pelo governo Bolsonaro no período da pandemia e se arriscou em sair de casa para defender a vacinação da população. Foi vítima do genocídio do governo Bolsonaro. Testemunhar a sua sua trajetória e defender a educação contra o negacionismo nos coloca no dever de estabelecer o fim desse governo e validar a sua luta com a garantia da eleição de Lula presidente.

Estamos há um ano sem a presença física de nosso companheiro. Por sua fé católica, acreditava que passaria desta dimensão para uma outra após a morte. Porém, para nós, Zé Teixeira é imortal. Vive em nossas lutas diárias: nos atos, nas manifestações, na coragem que nos leva a enfrentar a opressão, o abandono e o descaso. Vive nas palavras aprendidas pelas crianças pobres nas escolas de nosso país, no direito a terra conquistado, na alimentação de quem tem fome. Vive em nossa fome e sede de justiça, na educação libertadora.

Nossa gratidão a Zé Teixeira por sua presença em nossas vidas! Nosso abraço solidário à família: Lela, Tiziane, Tiago e Talita. Obrigado, companheiro, por nos fazer acreditar no poder transformador da educação.

Zé Teixeira presente. Hoje e sempre!”



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