Voos novos
O ano não termina porque o tempo corre.
O próximo ano não será próspero porque nos aglomeramos em festas de boas-vindas
.
O ano só acaba quando fazemos um balanço sincero do que desejamos e realizamos.
O ano para quando contamos as perdas e as choramos.
O ano cessa quando recordamos as vitórias e respeitosamente as celebramos com gratidão, talvez silenciosamente.
Sem esta revisão, um ano se sobrepõe ao outro, como uma divida que cresce com juros sobre juros.
Se empurramos um ano sobre o outro, acumulamos fracassos.
Quando um ano muda, temos a oportunidade de continuar conscientemente ou recomeçar corajosamente a nossa caminhada.
Um ano vencido está perdido se continuamos dizendo “sim” para o erro, se permanecemos tangidos pelas circunstâncias, se avançamos para a frente sem saber para onde, se deixamos o Deus Eterno de lado.
Somos vencedores no ano em que fazemos as renúncias necessárias, retomamos as rédeas perdidas e enterramos o que precisa ser sepultado, seja a ambição desmedida ou ausente, o cansaço inútil ou a falta de esforço ou o vício vivido como virtude.
Achar que a nossa vida muda porque arrancamos uma página do calendário ou o trocamos na tela do celular é apenas diversão amarga ou barata superstição.
O novo ano começa quando as nossas asas se firmam para novos voos.
(Israel Belo de Azevedo)
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