quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sem Sucesso: Diretora da 2a. Direc apresenta a Escola de Ensino Médio Integral para professores e funcionários do CAIC


Hoje pela manhã, a Escola Estadual Hilton Gurgel de Castro (CAIC), no bairro Tancredo Neves, em São José de Mipibu, recebeu a visita da diretora da  2a. Direc, Profa. Claudiana Telles. 

O objetivo da vinda de Claudiana e equipe foi apresentar a modalidade ensino médio integral para os professores e funcionários da escola.

Muito antes da chegada da gestora, um grupo de pais e mães de alunos já aguardava no portão a equipe da Direc com cartazes e palavras de ordem.  

Assim que as professoras e técnicas chegaram foram recebidas com vaias e palavras de ordem, não somente pelos pais, como também por parte dos alunos.

Um pequeno tumulto foi deflagrado mas rapidamente foi debelado pela diretora, Vanusia Leandro.

A conversa com gestores, professores e funcionários da CAIC foi iniciada por volta das 9h  e contou com a participação do coordenador do SINTE em São José de Mipibu, Laélio Costa.

Logo no início da explanação, a diretora Vanusia Leandro, deixou claro perante os presentes que não concordava com a implementação do ensino médio integral sem que, primeiro, ocorresse uma reforma completa das instalações do CAIC. 

A diretora mencionou ainda o destino dos R$ 3,5 milhões aprisionados para assegurar a reforma da escola através de ação do Ministério Público.  Segundo Vanusia, os recursos foram recentemente desbloqueados por um desembargador do Tribunal de Justiça e utilizados pelo Estado para outras finalidades. Trocando em miúdos: a possibilidade de uma reforma ampla nas instalações do CAIC retornou a estaca zero.

A diretora da Direc e suas auxiliares iniciaram a apresentação na tentativa de convencer professores e funcionários que a implementação da escola de tempo integral seria extremamente positiva para a escola. Segundo Claudiana, a escola repassará os alunos do fundamental para a rede municipal de ensino e a secretária municipal de Educação, Lúcia Martins, já teria sido comunicada a respeito desse assunto. 

No desenho projetado pela Direc, a escola passa a funcionar em 2019 com sete turmas de 40 alunos, perfazendo um número total de 280 alunos em regime integral. Caso os propósitos da categoria prevaleçam, o turno noturno será definitivamente encerrado e a clientela atendida nesse horário será remanejada para a EE Francisco Barbosa, no centro da cidade.

Questionada a respeito da possibilidade de concretização de uma reforma completa na estrutura física do CAIC, a representante da secretária Claudia Santa Rosa, afirmou apenas que as mudanças viriam de forma gradual.

O coordenador do SINTE, Laélio Costa, destacou o fato de que praticamente nada no tocante as melhorias físicas prometidas as  escolas que aderiram ao ensino médio integral foi concretizado. O sindicalista citou a EE Winston Churchill, no centro de Natal, para exemplificar sua fala. Há dois anos ela foi apontada como uma das vitrines da escola de ensino médio no RN, entretanto, permanece ainda hoje no aguardo das ações prometidas. 

A professora Eugênia Chris, que trabalha na EE Rafael Garcia, no Bairro Novo, comentou a respeito da experiencia que está tendo naquela unidade de ensino com o ensino integral. Sem estrutura física adequada para a realização de atividades físicas, sem banheiros em número suficiente e ainda sofrendo com a falta de merenda, a escola tem enfrentado forte queda no número de alunos. Dos mais de 250  que aderiram ao ensino integral no início de 2017, restam apenas 115 e, em recente sondagem, apenas 80 confirmaram matrícula para 2019.

As técnicas que acompanhavam a diretora da Direc, encarregaram-se de dizer que as mudanças viriam com o tempo e que para participar desse modalidade de ensino tornava-se necessário - antes de qualquer coisa - acreditar que é possível fazer algo consistente,  mesmo com poucos recursos. Uma delas, chegou inclusive a dizer que costuma tirar do bolso para compras insumos que a escola não dispõe, fato esse rechaçado pela representação do SINTE e por parte dos professores presentes.

Sobre a situação dos professores que possuem vínculos com prefeituras, a diretora - pasmem! - falou que seriam todos eles remanejados para escolas que possuem ensino regular na área territorial do município. O coordenador do SINTE, Laélio Costa, retrucou a fala da Profa. Claudiana, lembrando aos presentes que não há como apontar disponibilidade de vagas para 2019 noutras escolas da rede sem que tenha sido concretizada o período de matrícula. 

" Não há como assegurar nada. É preciso lembrar que a partir de 01 de janeiro de 2019, teremos um (a) novo (a) secretário (a), um (a) novo (a) diretor (a) na Direc e as pessoas que hoje estão à frente dos destinos da Educação não serão mais responsáveis pelas políticas educacionais", comentou Laélio.

Sobre a política de implementação das escolas de tempo integral, o representante do SINTE/RN fez  as seguintes considerações:

" Somos contra essa implementação no momento atual por vários motivos. A forma que é feita, sem debater com a comunidade, no final de um governo que, indiscutivelmente, não deixará saudades. Outra coisa: tempo integral deve ser aplicado para o aluno e não para o profissional. Fora isso há ainda a problemática representada por instalações físicas obsoletas e inadequadas. Somos sim, favoráveis a escola de tempo integral, mas com outro formato".

Por volta do meio dia, a reunião foi definitivamente encerrada. A diretora da Direc propôs um novo encontro com a comunidade escolar do CAIC. Os diretores Vanusia Leandro e Ivan Medeiros e os membros do corpo docente, disseram que primeiramente iriam acionar o Ministério Público e só posteriormente, poderiam retomar o papo com as representantes da futura ex-secretária, Claudia Santa Rosa.

A comunidade escolar da EE Hilton Gurgel de Castro (CAIC) permanece unida em prol da manutenção do ensino regular e do EJA naquela instituição de ensino. Gestores, professores, funcionários, alunos e pais acreditam que através da luta e da mobilização conseguirão barrar essa iniciativa inoportuna e anti-democrática da SEEC.



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